BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Você imaginaria um mundo onde até Coca-Cola e Pepsi estão perdendo espaço no supermercado? Pois é exatamente isso que está acontecendo na América Latina, inclusive no Brasil.
Mesmo com presença em mais de 90% dos lares no México e com décadas de liderança absoluta, as duas gigantes enfrentam uma dupla que nenhum marketing bilionário consegue ignorar: inflação e mudança de hábitos de consumo.
Dados recentes mostram que a Coca-Cola caiu 4,7% e a Pepsi 4,9% em frequência de compra na região. E não é pouca coisa: estamos falando da categoria de refrigerantes, que foi a que mais perdeu alcance em 2024, segundo o Worldpanel by Numerator.
Mas o que explica essa queda? O aumento dos preços reduziu o poder de compra das famílias, que passaram a buscar alternativas mais baratas.
Nesse movimento, marcas locais ganharam espaço e passaram a conquistar os carrinhos dos consumidores.
Exemplos não faltam: Red Cola no México, Cunnington e Pritty na Argentina, Colombiana na Colômbia e, aqui no Brasil, a tradicional Itubaína, que cresceu mais de 50% no último ano.
Além do fator econômico, existe também uma mudança cultural: 89% dos latino-americanos já enxergam bebidas açucaradas como negativas para a saúde e 38% afirmaram que pretendem reduzir o consumo de refrigerantes nos próximos meses.
Isso mostra que nem mesmo os líderes de mercado estão imunes quando economia e comportamento do consumidor caminham na mesma direção.
Marcas locais, com posicionamento mais próximo da realidade das pessoas, conseguem encontrar brechas para crescer.
Saúde, preço e conveniência se consolidam como forças decisivas na escolha do consumidor.
Por Michel Jasper