Bolsonaro vai ficar inelegível até 2062

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por vários crimes.

Organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União. O ex-presidente

O ex-presidente ficará longe das urnas pelo menos até 2062 – quando teria 107 anos. A projeção é do jurista Marlon Reis, autor da Lei da Ficha Limpa.

Os outros sete réus também foram condenados pelos mesmos crimes, em um placar de 4 a 1. Mas é certo que nenhum deles vai cumprir toda a pena. O delator pegou a menor pena. O tenente-coronel Mauro Cid foi condenado a 2 anos em regime aberto, em cumprimento do acordo de delação premiada.

O general da reserva Walter Braga Netto teve pena fixada em 26 anos de prisão. O ex-ministro Anderson Torres e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier foram condenados a 24 anos de prisão.

A pena do general da reserva Augusto Heleno foi fixada em 21 anos de prisão, e do general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, em 19 anos. O deputado Alexandre Ramagem foi condenado a 16 anos e 1 mês de prisão.

Todos também ficam inelegíveis por 8 anos por causa da Lei de Ficha Limpa. Ramagem teve declarada a perda do mandato de deputado federal e Torres perdeu o cargo de delegado da Polícia Federal.

A Primeira Turma enviou os casos de Bolsonaro, Augusto Heleno, Garnier e Paulo Sérgio para o Superior Tribunal Militar (STM). Caberá ao tribunal promover o julgamento de perda de posto e patente deles. O tenente-coronel Mauro Cid, que pediu para ir para a reserva do Exército, foi poupado porque a pena dele não superou dois anos.

Todos os réus, com exceção de Cid por causa dos benefícios da delação premiada, terão que arcar com o pagamento de multa solidária de R$ 30 milhões, além das multas individuais às quais foram condenados.

O voto do ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, foi o último a ser proferido na tarde desta quinta-feira, 11, quinto dia de julgamento.

Antes dele, com o voto da ministra Cármen Lúcia, a Corte formou maioria pela condenação. 

Com Estadão

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