Deputado conspira nos EUA contra interesses nacionais.
BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Com receio de perderem votos nas eleições de 2026 junto ao eleitorado bolsonarista, deputados federais tem evitado cassar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), fora do país desde fevereiro.
Ele conspira contra os interesses econômicos do país e ataca o Poder Judiciário via redes sociais.
O próprio presidente Conselho de Ética da Câmara, deputado Fábio Schiochet (União Brasil-SC), admite dificuldade de aprovar qualquer tipo de punição a Eduardo Bolsonaro.
Ele afirmou em entrevista a CNN que os parlamentares têm receio de “colocar digital no processo” e que a proximidade das eleições dificultará até mesmo a perda de mandato por faltas.
“Já escutei: ‘não vou colocar minha digital no processo’. E a presidência da Câmara tem que ter maioria na Mesa [diretora] para cassá-lo por faltas.” Uma das possibilidades aventadas nos bastidores é que a Câmara pode apenas declarar a suspensão do parlamentar, o que o permitiria concluir o mandato.
BANCADA CAPIXABA
Da bancada capixaba pelo menos três deputados já se declararam contra a cassação do filho do ex-presidente, Gilvan da Federal (PL), Messias Donato (Republicanos), e Evair de Melo (PP).
A Secretaria-Geral da Mesa tem até dia 5 de março de cada ano para encaminhar à Presidência da Casa o relatório de frequência. Quarta (22) o Conselho de Ética decidiu arquivar o pedido de cassação por 11 votos a sete.
Mesmo que passe pelo Conselho, a votação final seria no plenário da Câmara onde mais de 200 deputados são ligados a grupos de direita e extrema direita. Só a bancada do PL do ex-presidente Bolsonaro tem mais de 90 deputados.
O filho do ex-presidente Bolsonaro foi alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. O processo foi aberto a partir de uma ação apresentada pelo PT.
Foi questionada a articulação de Eduardo junto a autoridades norte-americanas contra “instituições do Estado brasileiro, com especial o Supremo Tribunal Federal e seus ministros”.
No CE a maioria acompanhou o voto do relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), que deu parecer pelo arquivamento.