BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A saída de mais um ministro da Saúde do governo Bolsonaro, em plena pandemia que já matou mais de 14 mil brasileiros, aumentou o sentimento de medo da população, tristeza, e desconfiança no presidente da República, na maior calamidade de saúde que o país já enfrentou.
Foi o que apurou a AP Exata, Inteligência em Comunicação Digital, no dia em que o presidente eleito em 2018 completou 500 dias no cargo. Uma administração marcada por crises, troca de ministros e incertezas refletidas no mercado financeiro.
Segundo a AP Exata, o presidente iniciou o dia (15 de maio de 2020) com uma tendência de alta em sua popularidade, chegando a alcançar 46% de menções positivas, às 11h.
Tristeza maior que medo
Uma hora depois, quando a saída do ministro da Saúde já havia ganhado as redes sociais, houve um aumento de 11 pontos das menções negativas.
Às 19h, as redes registravam 66% de menções negativas e 34% positivas. Já a confiança em Bolsonaro caiu 6,4 pontos e a tristeza subiu 10,9 pontos.
– CONFIANÇA: 15,5% (manhã 21,9%)
– MEDO: 17,2% q– TRISTEZA: 26,3% (manhã 15,4%)
– RAIVA: 13,3% (manhã 13,8%)
* A narrativa do impeachmnt de Bolsonaro se consolidou nas redes após anúncio de demissão do ministro da Saúde.* A ideia predominante é de que o país está desgovernado e que o presidente perdeu a capacidade de liderança, em plena pandemia.
– Há uma forte pressão nas redes para que Rodrigo Maia (Presidente da Câmara) paute um dos pedidos de afastamento de Bolsonaro. A cada crise, o governo se enfraquece mais e o caminho para o impeachment vai sendo pavimentado, com clamor popular.
Mas, apesar do impacto negativo, Bolsonaro mantém apoio dentro de sua bolha de adeptos, que defende incondicionalmente a saída de Teich, o fim do isolamento social e o uso da cloroquina como protocolo para combate à Covid. São esses eleitores que têm garantido a governabilidade.
Metodologia: A AP Exata trabalha com tecnologia própria de A.I., baseada na psicologia comportamental. A análise contempla dados geolocalizados, em 145 cidades, de todos os estados brasileiros.

Teich pediu demissão por causa da cloroquina
O ex-ministro Nelson Teich não suportou a pressão e as divergências com a metodologia adotada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pediu demissão do cargo de ministro da Saúde antes de completar um mês na cadeira.
Ele é o segundo a deixar o cargo durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Antes, Luiz Henrique Mandetta já havia sido exonerado dia 17, mesma data em que Teich tomou posse.
Antes, já era especulada a saída de Teich da Saúde, tendo em vista sua divergência com a metodologia aplicada por Jair Bolsonaro.
O ex-ministro não concordava com o presidente, que pedia a edição de um protocolo para liberar o uso da cloroquina e pretendia que a economia fosse colocada como prioritária na luta contra o coronavírus.
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