BRASÍLIA -AGENCIA CONGRESSO – O apoio aos golpistas do 8 de janeiro e as críticas ao Supremo, feitas pelo prefeito da capital Lorenzo Pazolini (Republicanos), revelam duas coisas: primeiro que ele quer mesmo ser governador, segundo que reconheceu que sem apoio dos bolsonaristas capixabas não chega lá.
O namoro é antigo e começou na polícia. Delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, Lorenzo Pazolini, no segundo mandato de prefeito de Vitória, passou no batismo de urna em 2018, apoiado pelo senador Magno Malta e toda bolha bolsonarista.
Mas, assim que trocou o legislativo, onde ficou só dois anos como deputado estadual, pelo poder executivo municipal, vestindo a farda do Partido Republicano, Pazolini esqueceu o passado e não apoiou mais o bolsonarismo. Para os ex-aliados, uma traição.
Mas a roda girou, e Pazolini agora precisa do partido do senador Magno Malta, o PL, e demais bolsonaristas do ES, para seu projeto de suceder o o governador Renato Casagrande.
O post do prefeito defendendo anistia para os presos participantes do ato golpista de 8 de janeiro, e às críticas a penas aplicadas pelo STF foi a senha para atrair os bolsonaristas.
A postagem de Pazolini defendendo abertamente a anistia, foi um soco no estomago de muitos aliados e viralizou nas redes sociais. Logo alguns bolsonaristas como Gilvan da Federal elogiaram o chefe do executivo.
TOMA LÁ DÁ CÁ
Senador Magno Malta, que vem sendo cativado pelos líderes do Partido Republicanos, gostou e era tudo que faltava para uma maior aproximação, com o ex-amigo.
Desde claro, que espaços estratégicos do provável futuro governo sejam dados ao PL. No momento, o objetivo é unir forças contra a esquerda. Mas lá na frente a fatura será cobrada.
Considerada barulhenta, a primeira manifestação pública de Pazolini, feita em um post elaborado em sua conta oficial na tarde de sábado, teve como alvo, não só a defesa dos presos do dia 8, mas também cutucar o grupo do governador Renato Casagrande.
“O tiro foi no pé”, resumiu um vereador aliado do Prefeito. “A anistia é pauta furada e impopular. A declaração do prefeito foi para atender o grupo do Magno Malta e acertar de raspão no governador”.
Pazolini continua blindado pela sua assessoria. Não fala com a imprensa. Sua comunicação é pelas redes sociais. O estilo é bolsonarista. Ele voltou às origens.
(TEXTO RENATO PAOLIELLO)