Situação de Lupi é resultado de governo de coalizão, que distribui pastas a partidos sem critérios.

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Embora o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, tenha afirmado 5ª feira (24) que não cogita deixar o cargo depois da demissão do presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, sua permanência no cargo é insustentável.

Líderes governistas já buscam dentro do Congresso nomes que possam substituir o carioca que mais uma vez se envolve em irregularidades. Viveu mesma situação no governo Dilma, quando acabou sendo demitido.

“Nenhuma chance de sair”, declarou o presidente do PDT. O cargo que ele ocupa é cota partidária de uma legenda cada vez menor e sem expressão no Congresso Nacional.

Lupi responsabilizou-se pela indicação de Stefanutto. Trata-se do 2º presidente do órgão a ser demitido no governo Lula. Em junho de 2023, Glauco Wamburg havia saído por suspeita de irregularidades.

Jornal Nacional de hoje mostrou que Lupi sabia dos descontos irregulares e que havia sido alertado desde 2023. Mas não tomou providências. Apesar do feriado de quinta-feira, é pouco provável que o ministro sobreviva ao tiroteio que abala a confiança do governo.

Segundo a Polícia Federal, sindicatos e associações realizavam um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) com o INSS para oferecer benefícios aos aposentados associados.

Os serviços incluíam: auxílio jurídico; desconto no plano de saúde; auxílio funerário. O acordo permitia que as entidades realizassem um desconto de “mensalidades associativas” diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.

O governo vai devolver os valores descontados em abril, na folha de maio. Mas os descontos ocorrem desde 2019. Estima-se que a fraude totalizou R$ 6,3 bilhões e afetou 6 milhões de beneficiários entre 2019 e 2023, período que abrange os governos Bolsonaro e Lula.

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