Motta promete punir 14 deputados por 'motim bolsonarista'. Foto: Bruno Spada/CD

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO -A tentativa de parar os trabalhos da Câmara por deputados bolsonaristas – contrários à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro – acabou por aproximar o presidente da Câmara do governo Lula.

Depois de ser contestado pelo motim dos bolsonaristas — que em 5 de agosto ocupou a Mesa Diretora por aproximadamente 30 horas —, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu reforçar sua autoridade no cargo.

Deixou claro que não pretende ceder à pressão da oposição e pautar projetos como a anistia aos envolvidos na invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado.

Além disso, Motta enviou para a Corregedoria da Casa 14 representações contra deputados que obstruíram a sessão por 30 horas.

O instrumento prevê que deputados enquadrados nessa infração sejam punidos com a suspensão de seus mandatos por até seis meses – período em que eles perdem salários, junto com assessores de gabinetes.

GOLPE

- Publicidade -

Motta foi impedido até de sentar na sua cadeira de onde comanda os trabalhos da Casa — o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) recusava-se a ceder-lhe o lugar e teve de ser convencido pelos colegas. O deputado Zé Trovão (PL-SC) tentou interditar o acesso do presidente à Mesa Diretora. Assim que conseguiu se instalar, o presidente da Câmara deu seu recado:

“Nossa presença nesta Mesa é para garantir duas coisas: a primeira é o respeito a esta Presidência, como quer que seja; e a segunda, é para que esta Casa possa se fortalecer. Vamos continuar apostando no diálogo. Só o diálogo é que mostrará a luz das grandes construções que o Brasil precisa. Nossa democracia não pode ser negociada” avisou.

Mas, dois dias depois, o deputado presidente negou que houvesse um acordo para colocar a anistia na pauta do Plenário.

- Publicidade -