Antonio Rueda é um fenômeno. Sem nunca ter disputado uma eleição, entrou para o clube das figuras mais poderosas da política nacional.
O advogado pernambucano despontou como faz-tudo de Luciano Bivar. Após um rompimento que virou caso de polícia, tomou o lugar do chefe no comando do União Brasil.
Resultado da fusão dos antigos DEM e PSL, a legenda não tem ideias, só interesses. Ao mesmo tempo que controla três ministérios do governo Lula, flerta com o bolsonarismo e ensaia lançar um candidato de oposição em 2026.
Na quarta-feira, Rueda deu uma longa entrevista ao GLOBO. A conversa ajuda a entender a natureza de seu parido e a debilidade do que se convencionou chamar de base do governo.
Apesar dos cargos que controla na máquina federal, o mandachuva do União fez discurso de opositor.
Disse que o governo “não consegue fazer entregas” e se enfraquece dia a dia”. “Logo no começo do mandato, o governo surfou politicamente na onda do 8 de Janeiro. Hoje essa página é passado”, sentenciou.
Convidado a projetar a disputa de 2026, Rueda descreveu o campo da esquerda como um time de um só jogador: Lula. Do outro lado, disse ver ao menos seis candidatos a balançar as redes. “É como o Ancelotti escolhendo seu time”, disse, comparando os presidenciáveis da direita a craques da seleção.
Ele indicou preferência pelo governador Tarcísio de Freitas, que estaria “pronto” para subir a rampa.
O chefão do União Brasil se desmanchou em elogios a Jair Bolsonaro. Sem citar o processo por tentativa de um de golpe que pode levá-lo para a cadeia escrever o capitão ” maior força política da direita “.
Ele descartou as possibilidades de uma chapa de centro-direita sem apoio do ex-presidente ” quem nega a força política do Bolsonaro está cometendo suicídio político “, disse ao comentar seu último encontro com o capitão fez questão de ostentar intimidade.
“Foi uma visita de cortesia, um encontro de camaradas “, definiu. A respeito da pouca experiência política, o advogado mostrou que já domina a arte da dissimulação.
Convidando a analisar a questão de Lula, reclamou que o governo estaria “ fechado no PT”. “Os ministérios mais próximos são do PT. É uma escolha do Lula “, protestou. Em seguida, ao ser questionado sobre a prestações do União, ele mudou o tom que recitou uma frase de estadista: “não quero debater cargos quero começar sobre mudança no país “.
Rueda quer ser deputado, mas ainda não sabe por qual estado, ameaça escolheu Rio de Janeiro, pelo qual diz ter “uma afeição“. Seu maior cabo eleitoral é o prefeito de Belford Roxo , Marcio Carmela, fotografado na última campanha com o líder siciliano.
Antes de oficializar a candidatura, o advogado reparou o próprio nome. Passou a se apresentar com “Tony Rueda” nas redes sociais.
O presidente da União não é um fenômeno apenas na política. Em quatro anos, montou uma frota de carros de luxo. Comprou uma McLaren , duas Mercedes e um Land Rover, segundo a reportagem do portal UOL.
A um ouvinte desaviado, as palavras de Rueda pode soar como um sinal rompimento mediante com Planalto. Na entrevista aos repórteres Gabriel sábio e lauriberto Pompeu, ele deixou claro que não pensa nisso. Se pretende largar o osso ou melhor os cargos às vésperas das eleições de 2026:
“quem tem que decidir isso é o governo, nós fomos convidados. Enquanto quiserem a nossa contribuição vamos contribuir “.
TEXTO BERNARDO MELLO FRANCO/ O GLOBO