BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – O senador Fabiano Contarato (PT-ES) contrariou a orientação do Palácio do Planalto e assinou o requerimento para criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
O governo é contrário à instalação da comissão por considerar que a Polícia Federal já conduz investigações sobre o caso. E que a oposição quer apenas desgastar o governo e não investigar.
Mesmo assim Contarato assinou. Ele tem a expectativa de presidir ou relatar a CPMI, o que lhe daria visibilidade para a reeleição ano que vem.
O senador delegado justificou sua decisão afirmando ser necessário “chegar às entranhas” do esquema que envolve descontos suspeitos em aposentadorias e pensões do INSS — um esquema que, segundo ele, teria começado ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL).
A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) é apontada como a entidade que mais aumentou, em números absolutos, os descontos em benefícios previdenciários entre 2019 e 2024.
O salto foi de R$ 400 mil para R$ 277 milhões nesse período. Entre abril e julho de 2020, em plena pandemia de Covid-19, a Conafer promoveu a inclusão de descontos em 73.108 benefícios do INSS — uma média de 610 novos filiados por dia.
A confederação foi alvo das duas primeiras fases da Operação “Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apuram suspeitas de irregularidades na filiação de beneficiários e nos descontos autorizados.
A adesão de parlamentares da base governista à CPMI fugiu do controle do Planalto.
Com Agências