Camila do Psol foi vereadora com Gilvan na CMV

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A reação da deputada estadual Camila Valadão (PSOL/ES) foi imediata e carregada de insatisfação. Ela processa Gilvan da Federal por ter mandado ela calar a boca e ainda a chamou de satanista, e assassina de bebê.

Ambos eram vereadores em Vitória e Gilvan já foi condenado pelo juiz Leonardo Alvarenga da Fonseca. “A suspensão do deputado por três meses é pouco para tamanha violência. Ele achou que poderia fazer em Brasília o que fez em Vitória comigo durante dois anos.”, disse Camila.

Para a deputada, “essas falas misóginas dirigidas às mulheres são inaceitáveis. Basta de misoginia na política”. pontuou Camila.

O juiz Leonardo Alvarenga da Fonseca reconheceu que, ao mandar Camila se calar, o parlamentar extrapolou os limites da imunidade parlamentar, usando sua posição para tentar restringir a participação de uma mulher no espaço político.

Em sentença, o magistrado destacou que o objetivo do ex-vereador foi dificultar o exercício do mandato de Camila Valadão, o que se enquadra no crime de violência política contra a mulher, previsto no artigo 326-B do Código Eleitoral. Gilvan recorreu sem sucesso e pode ficar inelegível.

Gilvan mentiu que adversária tinha fazenda

Vice governadora

A atual Secretária de Estado da Mulher, Jacqueline Moraes, que também o processa e já obteve duas vitórias na Justiça contra o deputado agressor, acompanhou as informações de Brasília pela Agência Congresso e no final da sessão afirmou, “o acordo firmado pelos deputados federais para redução da pena do deputado Gilvan da Federal, infelizmente, faz parte desta estrutura que a gente vive no país, do não reconhecimento dos direitos das mulheres,”, desabafou.

Jacqueline, que quando era vice governadora foi vítima de fake news por parte do deputado bolsonarista, ao disputar com ele vaga à Câmara Federal. Ele acusou a adversária de enriquecimento ilícito.

“As mulheres são ofendidas constantemente por este parlamentar, que merecia a pena máxima, como previa o primeiro relatório. Com tudo, toda punição é vista com bons olhos, porque por mais que sejam apenas três meses, o gabinete fechado, os assessores também sem remuneração, de fato traz um efeito pedagógico para este cidadão que não representa o Espírito Santo, mas ocupa um cargo legitimado pelos eleitores capixabas. O povo precisa conhecer quem é este deputado que se esconde atrás de uma bandeira do Brasil para desferir mentiras e ataques misógino contra as mulheres.”

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As reportagens da Agência Congresso, revelando toda tramitação do processo da Secretária de Estado da Mulher, Jacqueline Moraes e da deputada estadual Camila Valadão, circularam na sessão da Comissão de Ética que apurou a agressão contra a ministra Gleisi Hofmann.

O foco da esquerda, agora, é usar os processos e consolidar no TRE/ES a ilegibilidade de Gilvan da Federal.

POR RENATO PAOLIELLO

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