Com maioria no Legislativo, bolsonaristas usam leis para tentar salvar que cometeu crime
BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), discutem reservadamente um ajuste no projeto de lei que impede a homologação da delação premiada de um preso.
A ideia é acrescentar uma cláusula ao texto para estabelecer que as novas regras não retrocedem, ou seja, não têm efeito sobre investigações em andamento.
O ajuste será feito sob medida para interferir tanto no destino da delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, peça-chave no caso Marielle Franco, quanto no do ex-assessor Mauro Cid.
Cid deu informações implicando Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias sauditas e na fraude do cartão de vacinação e em outras investigações em andamento.
Segundo interlocutores de Lira, o presidente da Câmara acredita que a mudança no texto pode “desfulanizar” a discussão e reduzir as críticas.
Lira aceita o jogo porque deseja fazer seu sucessor, na presidência da Câmara, apenas com os votos dos bolsonaristas, conservadores e evangélicos.