BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) explicaram como a “Abin paralela” atuou no país.

Foi por meio do software First Mile que monitora a localização de celulares. A PF alertou sobre a necessidade de melhoria da rede para evitar novos casos de espionagem.

O programa espião, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), aproveita uma brecha no sistema de telecomunicações para obter a localização dos celulares.

Como O GLOBO revelou em março do ano passado, a Abin se valeu do programa para colocar em prática uma espécie de rede de espionagem clandestina.

‘Espionagem é culpa de ex-auxiliares’

Em um depoimento de quase sete horas, prestado à Polícia Federal, no Rio de Janeiro, na quarta-feira, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem atribuiu o esquema de espionagem ilegal — a chamada “Abin paralela” — a dois ex-auxiliares: o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues.

O hoje deputado federal e candidato à prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que não participou do esquema, que, segundo a PF, foi montado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bormevet e Gomes Rodrigues foram detidos, na semana passada, na quarta fase da Operação Última Milha. Ambos tiveram as prisões mantidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após realização de audiência de custódia.

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