BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Para quem disputa um mandato pela primeira vez ou tenta a reeleição, o problema será o mesmo. Com as finanças dilaceradas, boa parte dos 5.570 municípios brasileiros não tem capacidade de investir.

Nos primeiros quatro meses de 2020, 806 prefeitos já haviam estourado o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que eles devem gastar menos do que 54% da receita corrente líquida com pessoal, incluindo encargos sociais, de acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios.

Na pandemia a situação piorou ainda mais. O aumento das despesas, principalmente em saúde e assistência social, deve chegar a quase 20 bilhões de reais neste ano nas cidades com mais de 100.000 habitantes, segundo cálculos da Frente Nacional de Prefeitos.

Na outra ponta, a arrecadação caiu 20% por causa do isolamento social e do fechamento do comércio. “Certamente, a pandemia trouxe novos desafios aos futuros prefeitos, mas boa parte dos problemas já é bem conhecida”, diz Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas, e presidente da Frente Nacional de Prefeitos.

Outras cerca de 1.300 cidades estavam em situação emergencial ou prestes a romper o teto legal. “A folha de pagamentos de ativos e inativos esmagou a capacidade de investimento ou de expansão de políticas públicas da maioria dos municípios”, diz o ex-governador Paulo Hartung em entrevista a revista Exame.

O ex-governador que se caba ter ajustado as contas do ES, vem dando aulas semanais a candidatos a prefeito e a vereador dos mais diferentes partidos, segundo a revista. O que eles querem saber? Como fazer com que prefeituras quebradas ofereçam melhores serviços aos cidadãos. “Nunca a situação financeira das prefeituras foi tão difícil, mas há oportunidades que, se bem exploradas, podem tornar uma gestão mais eficiente”, diz Hartung.

- Publicidade -

No cardápio para os futuros prefeitos, novas regras devem incentivar também os projetos de PPPs e concessões. Um levantamento da consultoria Radar PPP mostra que as parcerias entre municípios e a iniciativa privada deram uma arrancada nos últimos anos.

Se em 2015 havia 321 iniciativas anunciadas, projetos em andamento e contratos assinados em todo o Brasil, esse número subiu para 1.718 até 16 de setembro, o que representa 64% do total no país. A expectativa é de um novo salto nos mandatos que começam em 2021.

Hoje, as PPPs de iluminação pública estão em alta. Cidades como Campinas e Petrolina estão em processos de consulta pública. Elas querem repetir os exemplos de Vila Velha, no Espírito Santo, e Uberlândia, em Minas Gerais.

A cidade mineira, por exemplo, assinou no começo deste ano o contrato de modernização da rede pública de iluminação com o grupo francês Engie, que vai substituir 87.000 luminárias de vapor de sódio por lâmpadas de LED. As primeiras trocas começaram em abril, no auge da pandemia, e devem ser concluídas ao longo de dois anos.

(Com informações da revista Exame

- Publicidade -