BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Com a credibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ladeira a baixo, alguns partidos como o Cidadania, PDT, e PSDB, já cogitam nomes para a sucessão presidencial de 2022, avaliando que a reeleição de Bolsonaro será difícil.
O Podemos conta com um trunfo,o ministro da Justiça Sérgio Moro que se filiaria ao partido no momento certo para engrossar essa legião de candidatos. O principal líder do partido, no entanto, nega que essa possibilidade existe.
O senador e ex-presidenciável Álvaro Dias desconversa e diz que Moro é técnico, e não político.
”Sérgio Moro é ministro e tem afirmado ser um técnico e não um político. Ele tem desmentido a hipótese de vir para a política, então nós não podemos, de forma nenhuma, interferir nas decisões dele”, disse em entrevista exclusiva para a Agência Congresso.
Sobre a entrada de novos senadores – como o capixaba Marcos Do Val e, em breve, o senador Reguffe de Brasília –, Álvaro Dias disse que está “preparando o partido para ser uma grande bancada no Senado”.
O Podemos já é a segunda maior bancada, com nove senadores. Na próxima eleição da Mesa Diretora deverá ter vaga garantida em função da proporcionalidade.
“Nós estamos preparando o partido para ser uma grande bancada no Senado, já somos a segunda e vamos trabalhar para crescer mais. O que certamente estimula o ingresso no Podemos é a independência que o partido adotou, a liberdade de pensamento, de opinião e de voto, sem estabelecer rupturas internas”
“Há uma harmonia aqui, a bancada se identifica no plano da ética, elege a ética como prioridade e isso está estimulando o ingresso de alguns senadores no partido”, disse o senador.
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Pioneiro
Álvaro Dias, que tem feito convites e negociações para aumentar a força do Podemos na política, disse que desde que entrou no partido tem convidado novas pessoas a apoiarem os ideais que o PODE defende.
“Desde que eu ingressei no partido eu era o único, o primeiro, e a partir daí nós elegemos apenas um nessa última eleição, então os demais têm sido convidados para que integrem nosso partido e estabeleçam conosco uma atuação que tem como objetivo oferecer uma alternativa partidária à população”, afirma.
Ele acredita que a atuação da bancada do podemos no Senado tem mostrado uma renovação política que faz com que outros senadores queiram fazer parte dessa “transformação”.
“Acho que a bancada de senadores pode passar a ideia de uma nova alternativa partidária, conquistando uma aproximação maior da sociedade, com a leitura correta das suas prioridades. É o objetivo da nossa bancada sempre é fazer a leitura correta do que é prioritário para a população”.
Bandeiras
O senador disse que o Podemos não se posiciona como um partido de oposição, mas “independente”, segundo Dias, a atuação do Podemos tem sido neutra.
“Somos um partido independente, criticamos o governo quando há a necessidade, mas apoiamos reformas e aquilo proposto pelo executivo e que vem atender as expectativas da sociedade têm nosso integral apoio”.
Além disso o líder disse que o partido apoia as reformas – Previdência e Tributária –, bem como o pacote Anticrime proposto pelo Ministro da Justiça Sérgio Moro.
”O combate à corrupção, uma legislação criminal mais rigorosa, reforma tributária, reforma da Previdência, o pacote anticrime, antiviolência e anticorrupção, essas propostas têm apoio da bancada, mas isso não nos obriga a avalizar eventuais erros do governo”.
Espírito Santo
Depois da filiação de Marcos do Val, o Podemos passou a contar com dois senadores do Espírito Santo, Rose de Freitas, eleita pelo MDB em 2014, ingressou na legenda em abril deste ano.
Álvaro Dias disse que “isso demonstra que o partido supera até eventuais divergências regionais, exatamente porque há objetivos maiores”.
Quanto à presidência do Podemos no Espírito Santo, o líder do partido negou que algum dos dois senadores capixabas assuma o cargo. Segundo ele, o prefeito de Viana, Gilson Daniel – que se envolveu em um escândalo de nepotismo na prefeitura – tem feito um bom trabalho.
Questionado sobre as acusações de nepotismo sofridas pelo presidente do partido no ES, o senador disse que não sabe o que se passa no estado, que não tem “a possibilidade de acompanhar isso no dia a dia”.