BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Desde 2002 funciona na China o trem conhecido como “Shanghai Airport Shuttle”. O dito cujo viaja a espantosos 429 km/h.

Nos idos de 2015 o Japão testou seu “Chuo Shinkansen”, tendo sido alcançada a velocidade de 601 km/h.

E voltando à China, pesquisadores da Universidade Southwest Jiaotong criaram um trem capaz de chegar a 1.000 km/h.

A propósito, registro que aquele país tem cerca de 38.000 km de ferrovias de alta velocidade, pelas quais os trens trafegam entre 299 km/h e 350 km/h.

Enquanto isso, nos idos de 2018, apurou-se que a velocidade dos trens comerciais que cruzam este país de dimensões continentais alcançou a expressiva marca de 15,42 km/h – número ligeiramente superior aos 15,13 km/h do ano anterior.

Nos EUA a malha ferroviária chega a 293.564 km (dados de 2014). Por ela passam 43% das cargas movimentadas no país.

O Brasil conta com apenas 29.165 km de ferrovias – pelas quais passam pouco mais de 15% das mercadorias transportadas. Lembrando-se sempre, porém, que o minério de ferro responde por 70% do que transportamos de trem.

A propósito, li que um terço de nossa malha ferroviária foi obra do saudoso Imperador Dom Pedro II. E que uns 30% de nossas ferrovias estão em péssimo estado ou mesmo desativadas.

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Para piorar, parece que há dificuldade de padronizar as linhas em função dos diferentes tamanhos de bitola.

Vamos às consequências. Em 2016 o déficit público chegou a R$ 170,5 bilhões. Deste todos falam. Para este não se para de buscar alguma solução – que passa, invariavelmente, pela imposição de algum sacrifício para um povo já sacrificado.

Enquanto isso, silenciosamente, a baixa qualidade de nossa infraestrutura danifica a economia em R$ 151 bilhões a cada ano. Apesar de tudo isso, em tempos de bonança investíamos apenas 2,2% do PIB em infraestrutura – contra 3,8% da média mundial.

Pois é. Será que as ‘locomotivas econômicas do mundo’ aguardarão o Brasil melhorar sua infraestrutura para com ele competir em igualdade de condições?

Será que esperarão pacientemente, enquanto resolvemos nossos intermináveis problemas administrativos e jurídicos?

Será que ficarão parados, nos contemplando a discutir a influência do soluço dos urubus na formação das correntes aéreas? Ou simplesmente nos engolirão? Ou já estão nos engolindo? Afinal, ‘a fila anda’…


Pedro Valls Feu Rosa é jornalista, escritor e desembargador no ES. Escreve semanalmente para a AGENCIA CONGRESSO.

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