A primeira vítima foi o comércio. As notícias de interceptação e desvio de equipamentos hospitalares já pagos viraram rotina nos jornais. Dentre as vítimas enumerou-se o Brasil – um dos países mais “globalizados” do mundo.
Seguiu-se o erguer, do dia para a noite, de barreiras comerciais as mais diversas – o protecionismo falou mais alto. Novamente, uma das maiores vítimas foi o nosso país.
Não nos esqueçamos da fraternidade e do respeito. Países que sempre homenageamos viram, impassíveis, brasileiros serem despachados para verdadeiros campos de concentração – onde permaneceram presos em condições absolutamente indignas. Outros acabaram dormindo na sarjeta, passando fome e privações.
Poucos foram, afinal, os exemplos de grandeza e sensibilidade testemunhados por esta “aldeia global” afora – em contraste com os inumeráveis exemplos de egoísmo, ganância, prepotência e mesquinharia.
Que não se confunda este quadro com o conhecido bordão “meu país primeiro”. O que vimos vai muito além disso! Chega às raias da pirataria e do desprezo.
Não sou, repito e insisto, inimigo da “globalização”. Defendo a integração. Sou autor de livros sobre as vantagens da eliminação de barreiras comerciais. Mas penso que deveríamos, enquanto Brasil, meditar.
Nas últimas décadas internacionalizamos brutalmente nossa economia – de forma sem paralelo no planeta. Grupos estrangeiros aqui estão a explorar nossas mais relevantes riquezas – até as não-renováveis.
Em uma expressão: praticamente sem reciprocidade entregamos a outros povos muito de nossas riquezas e até de nossa identidade. Está certo isso? Acorda, Brasil!